segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Realidade A Flor Da Pele

Eu sempre tive pouco tempo e muito que fazer
Muito que pensar e muito pra temer

Eu sempre tive muito medo
E muitos desejos ocultos
Muitas vidas inalcançáveis
Muitos fantasmas e vultos

Eu sempre tive muito além
Sempre fui mais e pior
Em momentos sendo em tudo vida
De tempo em tempo sendo só

Eu sempre fui demais
Mas o exagero era apenas eu mesma
Eu e minha caixa de desgraças
Eu e minha vida de espaços

Era somente, tão somente
Ilusão e era tão sóbrio
Minha tola e iludida mente
Sendo apenas uma obra

Perdida em mim
Perdida em quem
Ousou se enganar
Ousou ser alguém
Perdida em mim

sábado, 24 de dezembro de 2011

Olho do Furacão

Desculpe.
O mundo girou e girou
Eu fiquei esquecendo-me em algum lugar
E definhei perdendo cada segundo de vida
Estendi toda súplica aos céus e esperei derradeiras respostas
Aquelas tantas, esperadas e justificadas, todas que jamais viriam
Eu esperei em vão, contei os dias e as noites... Sozinha
Agora, eu apenas peço desculpas e corro
Entrego-me as lágrimas
E ao medo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dissimular

Minhas mãos estão atadas...
Obrigada
Não estou disposta a mudar nada
Cada avanço é simplesmente destruidor

Meu corpo está tomado...
Obrigada
Entregar-se devagar é o meu modo de dizer
Que cada sonho que tive foi ilusão de meu ser

Minha vida está acabada
Eu agradeço por ser simples
Eu tenho algumas cartas na manga
Mas me parece um pouco tarde

Meus sonhos estão preparados para voar
Eu tenho pena dos meus iguais
Tão fracos, tão indiferentes
Todos irão definhar

Minhas mãos estão atadas...
Eu agradeço
Não estou disposta a mudar nada
Infelizmente é apenas o começo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sós e Suficientes

Eram dois e eram amigos
Eram sós e eram suficientes
Riam-se e contagiavam um ao outro
Perdiam-se no tempo, sempre pouco

Contavam seus gracejos
Trocavam seus lampejos
De glória e de lamentos

De tarde se abrigavam
Na chuva se jogavam
E note, era só.

Quando sorriam eram felizes
E quando não eram
Ainda eram dois e eram amigos
Eram sós e eram suficientes.

Liberdade

Estou (me) sentindo muito
E apenas.
Algo demais e meio sem jeito
Supervalorizando coisas pequenas

Ando meio amiga de mim mesma
De forma surpreendente, não tão presa
Jogando-me através das nuvens
Voltando ao chão
Ilesa.

Acredito que seja algo sobre
A inovação e sobre o peso
Sobre distração e sobre o medo
Sobre sentir sem ninguém ver
E permitir sem me esconder

Talvez seja algo sobre os outros
Ou, talvez, só esteja dentro de mim
Sobriedade, talvez, seja
Ou calúnia em pensar assim

Um dia talvez eu entenda
Quando os sacos de problemas
Voltarem as minhas costas

Um dia eu talvez compreenda
Quando todos os dilemas
De fato, soltarem as cordas.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Poeticamente Sem Poesia

Estranho isto que acabo de notar
Achei que, para mim não seria problema
Achei que, como respirar,
Seria quase nato surgir um poema

Agora me vejo aqui, meio sem jeito
Sem saber sobre o que escrever
Sem saber como fazer o feito
Sem saber, sobre isso, o que dizer

Mas que desconfortável situação
E sem palavras, é como estou
Parece que me perdi, demais até,
Na beleza da vida

Pois pra se compor qualquer canção
Mesmo sem ritmo, apenas rima
É necessário, um pouco apenas,
De uma tristeza ressentida

Mas que ironia do destino
De um sem nada de desaponto
Sem treino, só desatino
Sai de mim, um poema pronto.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cordão Umbilical

Eu dou um passo pra frente
Ela dá cinco pra trás e me leva junto
Amarrada numa corda, ela me carrega
Ligação doentia, subordinada a sua regra

E se eu salto pra frente
E se eu alcanço o infinito
Ela até acha bonito
Mas me puxa de volta
Por que o infinito é apenas longe demais...

E se eu pulo de felicidade
Por algo além de normalidade
Ela pergunta sobre o banal
Por que é isso que me traz futuro

Eu tenho milhões de anseios e desejos
Guardados com todo cuidado
Porque tudo é demais, pelo que vejo
Tudo aquilo que não for estereotipado

Eu poderia (e posso) perder várias verdades
Mas ela nem se importa, enfim, ela nem nota
Eu poderia (e posso) pensar bem mais do que o aparente
Porque ela nem percebe, ela nem sente.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Alcance

De degrau em degrau
Comecei minha escalada
De passo em passo
Assim foi, minha caminhada

Em busca da luz ao fim de tudo
A procura dos grãos de vida
Fugindo da escuridão desse mundo
Que não nos deixa felicidade bem vinda

Eu caminhei e caminhei
Procurando, fugindo e esperando
E tantas, tantas pedras encontrei
Que foi vitória só estar lutando

Eu escalei e escalei
Buscando, caindo, recomeçando
E tantas, tantas foram as quedas
Que preferi da vida, as estradas

E mesmo assim não posso esquecer
As cicatrizes dos penhascos no meu corpo
Vestígios de que tentei e ainda posso
Encontrar meu lugar ao topo

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Plural

Você sabe o que eu estou sentindo
Entende o que eu não entendo
Nas noites escuras de chuva
Você está no vento

Você está nos passos do andar de cima
Nos gritos do andar de baixo
Em toda e qualquer esquina
Em tudo que não me encaixo

Você faz meus olhos e eu vejo
Cores e modos que não se esvaem
Você corre meus dedos num tracejo
E no papel as idéias caem

Você sabe o nó que fez em mim?
Estando em tudo e não estando em nada
Porque não o sinto perto assim
Apenas longe como uma nuvem afastada

Que se destrói em chuva e me molha
De longe cai em gotas e me olha
Estando em todo lugar
Estando em mim só por estar...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

De Fato

Às vezes, com muita frequência,
Eu me afasto e me perco deslocada
Eu me esqueço da consciência
Entregando meu tudo ao nada

Num comportamento anômalo
Distancio-me e sinto segurança
Sem, no entanto, me sentir só
Em uma solidão sóbria mas de criança

Por que dentre muitas faces felizes
Algum tipo de tristeza sempre esta escondida
E quando se mostra são apenas brechas
De uma certeza há muito decidida

Essa frequência que esses tempos
De fato, conquistaram em mim
Se reflete na incerteza dos momentos,
No passar das horas, que ruma ao fim

Um dia e outro simplesmente
Não se sucedem, nem se acompanham
Se isolam em si, sutilmente
Num mundo, ao todo, estranho. 

domingo, 27 de novembro de 2011

Corriqueiro

Amanhã será um longo dia
Mas eu... Eu não me importo
Por que se for pra esperar o passar das horas
Uma vida toda passa e eu nem noto

Os passos devem ser dados todos os dias
Num contínuo andar contra tudo o que é banal
E quando estiver cansado de tanto viver
Procure pela vida dos outro em algum jornal

Hoje o dia foi curto
Não recebi ligações nem promessas
Me recostei numa árvore pintada no muro
Fiz dentro de mim uma festa

Quando fui escrever me perdi por um momento
Entre os lances da escada o sol brilhou
O vento vindo do sul tornou o ar poeirento
Num tic-tac do relógio a chuva jorrou

Eu congelei minha vida no paraíso
Dentro de mim tudo flui como deve
Das pessoinhas que habitam ouvem-se até risos
Perdi o medo das trevas entre os flocos de neve

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Recanto

O que acontece com meu eixo
Se escrevo pelo desejo
Que tenho pelo apreço
Que sinto ao ler

Se já não posso com palavras?!

Todo esse ar denso de expectativas
Essas ondas de desgostos de pessoas queridas
Esses pesos que carrego em minhas
Mãos... Costas... Coração...

O que acontece com meu eixo
Se eu chamo de desleixo
Minha própria diversão

O que acontece com meu eu
Se ele se perde no breu
Da vida por obrigação

São esses cem metros do dia-a-dia
A razão da mais pura agonia
Que faz jus a essa solidão.

domingo, 13 de novembro de 2011

Suave Felicidade

Era um dia bonito. Depois de tanta chuva e vento, os céus haviam se acalmado. Agora, restavam como vestígios de tempestade, apenas as pequenas poças de chuva ao longo da rua, servindo de espelho para o céu azul que reinava: soberano e protetor. O sol mostrava seus primeiros raios no horizonte. Brilhava tímido, procurando espaço entre os edifícios modestos, mas ao mesmo tempo imponente por clarear, com seu brilho de astro rei, todo cenário já nas primeiras horas manhã.
Junto ao canto dos pássaros ecoavam na rua deserta passos descompassados. Nos cabelos curtos um laço, nas costas uma mochila velha e surrada, nos pés duas sapatilhas que tentavam se equilibrar, em uma caminhada bamba sobre o meio-fio. Talvez fosse uma menina. Talvez já fosse uma mulher. Não há como saber. Os olhos seguiam baixos, compenetrados em alguma busca imprescindível.  Possuíam um quê de preocupação e uma profundidade repleta de incertezas. Os olhos a faziam mulher.
Enquanto caminhava e movia seus braços à procura de equilíbrio ela cantarolava uma melodia sem indícios de ter fim.  Algumas vezes parava de cantarolar e apenas sorria, voltando logo em seguida à sua música, única companheira. Outras vezes interrompia seu cantar de forma abrupta e irrompia em gargalhadas que a faziam perder o equilíbrio das sapatilhas e a preocupação dos olhos. Sua mente de sonhos e sorrisos a fazia menina.
 Ela seguia o caminho tortuoso das calçadas quebradas parecendo decidida sobre onde deveria chegar. Ao mesmo tempo, entretanto, parecia não saber como. E assim continuava seu rumo, aparentando não se importar. Ao redor, iniciou-se a dinâmica de todo os dias. As pessoas começaram a sair de suas casas e tomarem seus caminhos, seja lá para onde esses as levariam. A menina (ou mulher) continuava alheia sem perceber qualquer movimento do mundo externo. O que era de fora não a interessava. Assim como não a interessava aqueles que não entendiam o que havia dentro dela, mesmo com seus olhares de pena ou de chacota.
O dia se estendeu em seu curso natural e em algum momento das 24 horas a menina, em sua caminhada incomum, chegou a uma praça, um oásis em meio aos prédios. Havia várias árvores e algumas pessoas. Um parque, muita grama e bancos mal cuidados. Parecia um bom lugar para fazer um lanche. A garota sentou-se na grama e, sem cessar seu cantar, retirou uma garrafa de água, um caderno e alguns biscoitos de dentro da mochila. Comeu os biscoitos, tomou a água, fez alguns rabiscos no caderno. Acompanhou as formigas em sua busca por comida deixando algumas migalhas no formigueiro. Como ela queria poder ser pequenina e genial como as formigas. Ser formiga para cortar as folhinhas verdes e mover as anteninhas para achar o formigueiro. Construir galerias dentro da areia e viver em comunidade com as outras formigas.
Enquanto isso, no outro lado do parque, entre a árvore de galhos caídos e os muros altos de alguma fábrica, o sol começava a se recolher. O céu pintava-se de laranja e rosa recepcionando a noite que logo chegaria. Esfriou e a menina, encostada na árvore junto ao formigueiro, pegou de dentro da mochila um casaco e um cobertor revelando os doces que ela agora se lembrava de ter colocado ali. Não havia mais ninguém no parque, mas o movimento constante das ruas nos arredores e o barulho do vento batendo nas folhas davam a ela a sensação de segurança que só se tem em casa.
Quando a noite caiu, ela tirou suas sapatilhas e seu laço, guardou-os na mochila e tomou um gole de água. Dividiu os doces com as formigas e sorriu para elas enquanto murmurava sua canção da vida. Os olhos da menina piscaram sonolentos e as formigas recolheram-se para dentro do monte de areia desejando boa noite. Ela recostou-se na árvore com a mochila nas costas e fechou olhos. De olhos fechados ela cantarolou até o sonho chegar. Não se sabia se estava dormindo ou sonhando acordada, tamanho o sorriso que iluminava seu rosto.
           Então a noite foi tornando-se cada vez mais escura até não se poder mais ver o sorriso da menina de cabelos curtos e olhos reveladores, tamanho o breu que imperava misterioso num céu sem estrelas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Desconforto

Deveria eu odiar mais a mim mesma
Ou a todos os outros?

Deveria eu me desgostar da vida por não controlar os sentimentos?
Ou me afastar daqueles que me causam tais tormentos?

Deveria eu continuar a me empenhar em retrair
Todo esse ódio e tudo mais que se sentir
Por que eu sei que por mim nada mudará
Foi sempre assim e sempre será.

Deveria eu...? Deveria eu tentar ao menos?
Deveria...? Mas por quê?

Eu curei antigas feridas
As marcas ainda estão vivas
E perto dessas... agora tenho novas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dia Sem Sol

Eu ainda tenho razão
Mesmo em meio a uma cachoeira de lágrimas
Mesmo quando permeio meu véu de desgraças
Ainda assim permaneço são

Os olhos arregalados do medo
Encaram-me no fim do labirinto
Todo meu corpo treme e eu ainda sinto
Os versos sussurrados de um soneto

Se eu pudesse morrer sem deixar marcas...
Porque a solução dos problemas nunca será mundana
O medo incita a coragem ridiculamente humana
E essa dor perdura e perfura como mil estacas

Como gelo é meu plano de passagem
Sólido, frio e mesmo assim essencial
Eu continuo, em angústia, presa a esse personagem
Ainda que meu ser frágil procure o fim fatal

Esperança, por que me deixastes?
Agora eu estou encarcerada nesse calabouço
É escuro aqui e eu ainda ouço
A agonia da vida vinda de todas as partes

É possível saltar de mil portais para o infinito
E ainda assim não encontrar a paz
A vida das flores é apenas um mito
Eu quero fugir porque para lutar é tarde demais

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ciúmes

Ah, por favor, de novo não...
Essa coisa alojada em meu corpo
Um pouco mais abaixo do pulmão
Um sentimento ou um peso morto?

Não sei e nem me importa
Se sentimento, não quero te sentir
Se peso ou objeto, por favor, saia daí

Não te quero! Não te quero em mim
Essa coisa que sinto e não consigo evitar
E por que tens de surgir assim?
Como se eu tivesse que simplesmente aceitar

Não vou te aceitar.
Não vou nem mesmo te admitir
E se quiser voltar
Já encontre um modo prévio de sair

Cansei desse sentimento, objeto vão
Essa coisa alojada no meu corpo
Um pouco abaixo... do pulmão?
Ou seria do coração? Ou dentro dele.

Não sei e nem me importa
Não me quero tomada de tuas histórias
Estou presa apenas às doces memórias

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pesadelo

O que seria bom agora?
Acordar simplesmente...
Perceber que passei da hora
E que esses caminhos tortuosos
São apenas figuras da minha mente

Acordar e notar
Que tudo não passou de ilusão
Que aquele nem era o meu lugar
E eu estava completamente certa
Em tudo, desde então

Acordar, despertar, sumir para aparecer
Notar que eu não estava perdida
Que eu não era incompreendida
Só não era o que deveria ser

Abrir os olhos e perceber que as pessoas
As pessoas são diferentes na verdade
Elas ainda choram e ainda riem por coisas tolas
Mas é tudo com plena sinceridade

O que seria bom agora?
Acordar, simplesmente acordar
Sem precisar sumir, nem se esconder
Porque não estávamos errados:
Nada disso deveria ser.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Folhas No Deserto

O que seria esse estado?
Um conflito sem projeto de fim
Novo e antigo se encontraram
E se perguntaram...
Por que estão dentro de mim?

Somos todos muitos em um só
Mas como posso eu ser
Tantas idéias controversas
Essas coisas tão diversas
Em um só ser

Minha mente explode
Figuradamente
Em vez de sentir-me acolhida
Sinto-me perdida
Em meio aos meus pares

Quantas vezes não fui nada?
E quantas vezes o nada foi apenas eu?

Implodindo em meio ao caos
Sei que gosto de onde estou
Mas é conflitante pensar
Que isso define pra onde vou

Quando acho que me encaixei
É quando percebo que eu nem sei
A que meio faço parte

Quando acho que encontrei
O que acho que encontrei
É apenas uma miragem.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Árcade

Escrever me traz paz, paz...
Escrever me traz mais, mais...
Escrever ou viver?
Tanto faz.

Pra quê saber
Onde vamos parar?
Se uma incógnita
Se um fato
Sei que instinto é nato
Não há porque pensar

Sobre ou como ou por quê
É só seguir e escrever
E escrever e seguir
Às vezes sentir

Mas pra pensar assim
Não há motivo plausível pra mim

Pensar me traz angústia, lamúria.
Pensar não me traz vida mas fúria.

É cedo pra pensar e tarde para não o fazer
É tarde pra sonhar mas ainda é cedo para escrever
(Eis o que vou fazer)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Escombros


O telefone tocou.  Trim, trim. Eu recebi uma notícia ruim. Era uma vida dando adeus. As pernas enfraqueceram, mas a mão continuou firme segurando o objeto, como se aquilo tudo fosse, além de um choque emocional, uma descarga de energia, um choque literal. Eu sentei no chão bem ali. Recolhi minhas pernas. O objeto fez barulho ao confrontar o chão. Eu não sei se ouvi. Eu não sei se eu estava ali naquele momento. Foi rápido. Um lampejo. Uma navalha. Uma vida. Não a minha. Pior. Uma outra.
Eu me recolhi em corpo e alma e deixei que as mágoas desaguassem no chão. Deixei que as tristezas caíssem e me deixassem. Queria que elas me abandonassem, que fugissem o mais rápido possível. Eu tremi e não havia mão alguma para segurar a minha. Eu chorei e não havia pessoa alguma para secar minhas lágrimas. Foram segundos de eternidade enquanto a notícia se espalhava como um vírus no meu ser. Tomava conta da lucidez e da insanidade. As lágrimas tímidas que caíam não eram nada perto do escuro interior. Do buraco cauterizado na pessoa que eu era.
Passaram-se mais alguns segundos eternos e eu assimilei a verdade. A verdade por mais que doa tem que ser dita e entendida. Não precisa ser aceita ou acatada. Apenas entendida. A verdade veio e embaçou a visão levando-me para o escuro. Para a escuridão do pensamento. Eu encontrei o sofrimento lá. E - Por Deus! - porque você não foi embora logo? Maldito! Maldito! Já não bastasse a verdade, já não bastasse a tristeza, a dor... O sofrimento ainda veio me fazer visita.
Ele estava ali, sereno, no lado obscuro de mim. Como as verdades ocultas no lado obscuro da Lua. Ele me cumprimentou com um aceno leve, baixou os olhos, simples e eficaz. Ficou ali. Calado. Torturando-me só pro estar presente. Aguentei. Sim. Eu aguentei. Não foi suficiente, no entanto. Foi pouco. Tão pouco que quando dei por mim eu já havia me encolhido dentro do buraco. O buraco dentro de mim. Por que você tem de ser tão cruel? Por quê? Por que não podemos simplesmente negá-lo? Por que mesmo que você decida não sofrer, mesmo assim, você ainda sofre? Por que não se pode controlar? Por quê?! Por... quê?
Lágrimas, lágrimas e lágrimas. Ele só ficava sentado ali. Observando. Ajeitava os pés de vez em quando, fugindo da água que vazava dos meus olhos. E era tanta! Mas tanta água. A água corria de mim e chegava a mim e me molhava e me deixava com frio. A água inundou tudo. O sofrimento continuou ali enquanto eu sentia me afogar nas próprias tristezas. Eu estava me afogando em mim mesma e o fim só parecia mais e mais próximo. Talvez se eu me acabasse de dentro pra fora fosse mais fácil. Eu decidi desse modo. Eu estava praticamente abraçando o sofrimento para fugir dele.
Com frio e com medo do tempo que aquilo podia durar eu vi como um vulto o sofrimento vir em minha direção. Estava vindo me buscar. Ele chegava mais perto e a dor só ficava pior e pior e pior. Eu fechei os olhos, ali dentro de mim, e pensei em todos os sorrisos que já havia visto. De tudo que havia no mundo, foi o que eu escolhi colecionar: sorrisos. De tudo que havia no mundo era isso que eu queria ter como última lembrança. Eu visualizei todos os sorrisos. Todos. Eram tão aconchegantes. As lembranças das pessoas que um dia me sorriram, essas lembranças me abraçavam e me inundavam de... Não sei. Amor? Felicidade? Compaixão? Elas me inundavam. Os sorrisos me inundavam. Traziam consigo as mãos e os abraços e as palavras de conforto. Era tudo tão feliz e cheio de sinceridade que qualquer dor era inconcebível. Eu me inundei de sorrisos e me peguei sorrindo...
Abri os olhos. O mundo continuava ruim, a notícia pairava no ar, mas eu... Eu estava sorrindo. E o sofrimento... Sofrimento? Olá?! Sofrim... Onde estou? Será que eu morri? Onde. Estão. Os. Meus. Sorrisos? E o que é... O que é isso? Esse som. Abri os olhos. Novamente. Eu me vi encolhida na sala. Algumas lágrimas perdidas no rosto. Um telefone no chão. Trim, trim. Fez o telefone. Trim, trim. O que eu faço? Desnorteada. Alô?! Quem é? Quem... Um sorriso. Eu já ouvi isso antes. Essa voz, essa... “Está tudo bem com você? Eu fiquei preocupado... Alô?...” Lágrimas. Um soluço. “Vai ficar tudo bem.”

sábado, 10 de setembro de 2011

Análise

Passos corriqueiros compassados
Suspiros profundos e expirações
Observações mentais dos fatos
Palavras riscadas nas anotações

Caminhar e pensar como um ser qualquer
Ser um qualquer no seu caminhar
No seu pensar, ser o que se quer
Viver ao invés de sobreviver: como será?

Palmas, gritos e sorrisos tímidos
Interação entre pensamentos
Porções de ideais comprimidos
Perigosos cacos de passados tempos

Observar, observar e nunca ver
Concluir o verdadeiro é aceitar
Aceitar, aceitar e perceber
Que é muito tarde para voltar

Setas nas minhas conclusões
Misteriosos seres humanos
Eu vi além das suas canções
Estou ciente de seus planos.

domingo, 4 de setembro de 2011

Escuro

Eu não entendo, tenho medo
Do seu nome ecoando em minha mente
Se espalhando, fazendo efeito

Eu não entendo, tenho medo
Das ligeiras desculpas que dou
Das mentiras sem escrúpulos que me conto

Eu não entendo, tenho medo
Das ilusões, do meu sonho
Bem melhor que a realidade

Eu não entendo, tenho medo
De tudo que me ronda, que me cerca
Real e irreal: em todos os sentidos

Eu não entendo, tenho medo
Das palavras que se perdem
Das lágrimas que secam

Eu não entendo, tenho medo
Cada vez mais, tenho medo
Das vidas que me afrontam

Eu não entendo, tenho medo
Todo o medo que não entendo
Então eu me perco e eu me perco

Eu tento e tenho (cada vez mais) medo
De compreender... por mais frio e vazio
Que o meu medo possa ser.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Verdades Absolutas

Duas mãos entrelaçadas
São só mãos entrelaçadas
Sem duas almas também entrelaçadas

Duas almas cansadas
São só almas cansadas
Sem dois corpos também cansados

Duas vidas malvadas
São só vidas malvadas
Se não há vítimas machucadas

Dois sonhos perdidos
São só sonhos perdidos
Se não há perdidos indivíduos

Duas lágrimas frias
São só lágrimas frias
Em meio a tantas alegrias

Duas frases soltas
São só frases soltas
Em meio a tantas outras

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Devaneios

Entenda como um apelo sutil
Minha mente borbulhante a pulsar
Entenda como um pedido senil
Meu corpo frágil e sem sentido a suspirar

Noite passada decidi enlouquecer
Notei a mudança de cores com a luz
Não venha me perguntar por quê
Voei serena nas notas do blues

Ultrapassei os limites da dor
Procurei a fuga da realidade
Pedi aos céus mais amor
Aos homens, mais verdade

Não cabia aos homens o sentimento
Isso é do que não se tem explicação
Não cabe a mim tanto pensamento.
Não peça ao destino: razão.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Parasita


Você está procurando por uma morte fácil?
Acha que essa é a cura para seus sofrimentos?
Está errado, está tudo errado.
Sorria e carregue esse fardo.

Você acha que a vida está sendo injusta?
Acha que isso é algo contra você?
Mas você está errado, está todo errado.
Sorrindo carregue esse fardo.

Se sofrer fosse pré-morte
Todos seríamos felizes
Sofrimento é tarefa pra ser forte
Ensinamento pra ser livre

Você faz seu próprio correr
Em todos os sentidos
Por motivos de bem ou de mal

Você mata sua própria vida sem querer
E parece achar natural

Estou vendo
No profundo vazio de seus olhos
A procura por uma morte fácil

Mas eu sei que não é esse o desejo
Eu sei que não é o que realmente vejo

Eu quero saber o motivo
Quero entender seu suplício
Mas não posso, não cabe a mim

Eu quero ver o ser vivo
Que alimenta seu louco vício
De sofrer sempre assim.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Despedida

Olá sofá manchado de café. Olá assoalho opaco. Olá janela, cortina, flores secas no vaso de cerâmica. Olá. Minhas mãos corriam os móveis aconchegantes no meu apartamento do quinto andar. Aconchegante era a palavra certa, meu a palavra errada. Não entendo o motivo mas era uma despedida triste. Os meus passos silenciosos sobre o tapete, o vento frio e audacioso sacudindo meus sonhos presos na rede entre o círculo, o sol entrando sorrateiro pela janela colorida de anilina, as lembranças em sépia que invadiam minha mente em cada cômodo: o adeus que continha uma tristeza incompreendida. Era suave a sensação de estar segura. Suave, prestes a se desmanchar.
Afinal, o que eu estava fazendo ali mesmo? Eu vim dizer adeus. Despedir-me das taças de vinho, da pipoca no sofá, das marcas de sol no chão de madeira, dos quadrinhos de flores da parede da cozinha. Nunca imaginei que teria de vir me despedir. Achei que seria um alívio mudar. Mas durante todos esses anos de trabalho árduo para crescer, para ver meus objetivos na linha do horizonte e não nas nuvens de sonhos, o mais feliz foi voltar pra casa e vê-la me receber de braços abertos. Felicidade era saber que lá era meu lugar.
Eu tinha um lugar novo agora. Amplo, bem projetado, harmonioso, moderno, central, digno da mais pura elegância. Era meu presente. Achei que merecia já que, esperava eu, havia conquistado o que sempre quis. Eu era bem sucedida. Eu estava feliz na minha realização, na profissão que era... Um sonho? A realização de um sonho? O auge da minha vida? Será que era realmente esse? Eu perguntava-me, instigada, sentada na cama, aquela colcha de retalhos, de frente para a janela, as flores lá embaixo. Não havia bosque ou flores no centro. Minha nova vida era lá. Não havia paz, ou sol no centro. Minha nova vida era lá.
Eu me senti um pouco tola em perceber que na verdade tudo que eu queria era o que eu estava deixando para trás. As manhãs com cheiro de café e pássaros a cantar. As tardes pintando as paredes do quarto, porque verde musgo não parecia uma boa escolha.  As noites observando o céu sob as árvores do bosque lá embaixo. Agora que a mudança estava prestes a se tornar real, eu via o grande erro que havia cometido. Trocado o sentimento pelo tangível.
Quão irônico tudo isso parecia ser. Eu estava crente que subir as escadas rumo a um futuro promissor era apenas um pré-requisito, algo necessário para a felicidade. Na verdade, as escadas eram a felicidade. Cada degrau, um novo momento para sorrir. Eu não estava fascinada pelo objetivo, mas pelo rumo que ele havia me levado. Pela vida que acontecia enquanto eu tentava alcançá-lo.
Abracei as almofadas de veludo e senti pela última vez o cheiro de rosas. Adeus lar. Meu sussurro de saudades. Na sala estava, a última caixa que faltava, nela a máquina fotográfica e o quadro de desejos. Talvez eu pudesse voltar um dia. Tirei algumas fotos do lugar, do bosque, do papel de parede listrado. Tranquei a porta. Eu, a caixa, minhas saudades, meu adeus. Onde estará meu lar agora? “Nova casa”. Apaguei o desejo que ainda restava no quadro. “Novo lar”. Foi o primeiro da nova lista.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vazio

Estou cansada dessa dor
No meu físico, no meu ser vivo
No meu ser viver
No meu nada sem querer

Estou cansada dessa dor
Desses beliscos, desses sonos sem dó
Dessas noites mal dormidas
Dessas chuvas sem medidas

Estou cansada de estar cansada
De toda essa dor que me consome

Estou cansada de fingir e seguir
Como se não pudesse me arrepender

Estou cansada de ficar estática
E só ver a vida passar, independente
Como num filme, como num teatro...
De fantoches.

Estou só cansada
Uma canseira que me cansa
Porque não sei como livrar-me dela

Canseira da vida e de viver só
Só assim, nesse meio termo

Estou cansada dessa dor
Estou cansada desse ardor, desse amor
Sem querer.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Escadas

Um dia eu acordei decida
Como sol na manhã, renovada
Queria construir de novo a vida
Queria uma nova caminhada

Construi um castelo de areia
E saí pra vida me consumir
Encontrei essa tristeza que me permeia
E corri através dos medos pra fugir

Tentei mais um dia e outro
Mas a pura água não foi gentil
Percebeu meu olhar solto
E meu castelo de areia destruiu

Então corri, desanimada, sozinha
Perdida, sem meios de seguir
Mas no escuro vi luz onde não tinha
Havia anjos a me perseguir.

Ainda guardo tudo de ruim comigo
Não deixo transparecer
Tudo que preciso é de um abrigo
Para as mágoas que insistiram em crescer

No rosto dos meus anjos, ou amigos
Não quero ver preocupação
Pois preso seus sorrisos
São a minha razão

Cansei do castelinho
Mas esse, poderia durar
Pois como o pássaro tem um ninho
Também queria um lugar pra me abrigar.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Angústia

Não nasci pra isso não
Essa pressa de vida moderna
Esse dia a dia de expectativas
Essas vontades reprimidas

Não nasci pra essa pressão
Pra ser compensação
Não nasci pra engolir
Nasci pra pensar
Assim quero seguir

Não cresci pra isso
Quando se descobre o querer
É tarde demais pra escolher
Presos ao mesmo do início

Não nasci, nem cresci
Não sei como viver
Com isso, com evoluir?

Não nasci pra essa vida
Nem sei isso é vida

É só um sobreviver
Substituído o viver
Que se deveria ter

É só um respirar
Substituindo o inspirar
Pelo qual se deveria lutar 

domingo, 7 de agosto de 2011

Sorrisos

Há tanto tempo,
Tanto ódio
E ao mesmo tempo
Tanto amor

É tanto som e
Tanto silencio
Que só me perco
Por ser só

Tanto chorar
E tanto se arrepender
Mas tanto se importar
E tanto viver

São tantos que
Por tanto tempo
Estão a se importar

Tantos que
Em algum momento
Quiseram demonstrar

Mas a tantos outros
Que por algum motivo
Resolvi deixar

Mas esses poucos tantos
Que me sobraram
São os que vem me buscar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Consolo, onde estás?

A chuva cai como mágoa lá fora
Assim como as lágrimas no meu rosto
Eu reclamo meus direitos de desgosto
Sem ninguém pra me abraçar.

É frio na rua fora de mim
Mas há frio aqui dentro também
A lua desponta no céu como marfim
E para me consolar: ninguém.

Quando tento me desfazer do peso
Sem um colo a me confortar
Escuto os ecos da realidade
Contra a qual quero lutar.

É escuro na rua fora de mim
Mas há escuridão aqui dentro também
No vazio um breu sem luz no fim
E para me guiar: ninguém.

Lágrimas! Oh lágrimas!
(Quão traiçoeiras podem ser?)
Intensifica em meus olhos a cor
Rubra meu rosto de dor
E para perceber: ninguém.

Descoberta

Eu notei a pouco tempo
Que mentir pra si mesmo
Sobre o que não se tem discernimento
Não é, em si, uma solução

Eu notei por olhos de outro
Que talvez haja aflorado por dentro
Algum sentimento

Notei que minto a mim
Por tanto tempo
Que qualquer deslize de temperamento
Me parece errado

Eu notei que talvez meu sorriso
Não seja só de momento
Talvez seja enamorado.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Hipóteses

Eu poderia chorar e me esconder
Represar meus sorrisos pra você não ver
Evitar porque não há como lidar

Eu poderia decidir odiar e ainda dizer
Que nunca, jamais amei você
E que em nenhum momento quis te encontrar

Eu poderia sorrir como no passado
Fazer reverências ao seu semblante
Encarar seu olhar desconfiado

Eu poderia dizer muitas coisas sem sentido
E correr após isso
Pra fazer valer o que foi dito

Eu poderia simplesmente me encostar
Esquecer que eu quis qualquer coisa
E fingir ser sozinha

Eu poderia até voar então
Eu poderia te encontrar no verão
E te contar minhas aventuras na saída

Depois disso
Eu poderia me esconder por entre meus cabelos
Dispensar todos seus apelos
E te deixar só com os ruídos dos meus saltos.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Acordar

Todos os poemas inacabados
Pareceram certos
Quando os li essa manhã
No terraço dos meus sonhos

Os pedaços quebrados
Dos meus tetos
Foram junto a minha mente vã
Num olhar tristonho

Sutil foi meu próprio abandono
Sonhei com um possível retorno
Cheguei a me perder

Em vão foi meu dia de outono
Na noite, quando perdi o sono
Voltei a escrever

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sólido

Em dia de sol minha janela embaçou
Escureceu e eu não vi estrelas
É tarde e, eu sei, meu sonho acabou
Desmanchou-se entre luzes e velas

Sem calçados em meus pés
Caminhei pela rua molhada
Descobri que havia chovido
E perdi minha vida na calçada

Agora corro e procuro
As coisas tangíveis do céu
Um cometa que corta o escuro
Uma estrela que brilha sem véu

Mas já tarde da noite
Eu me escondo e sinto o vazio
É singelo esse sol no meu ombro
Só espero que a noite, não seja frio.

domingo, 3 de julho de 2011

Transparência

Eu que sou pelas sombras
Cansei de ser uma
Sempre ganhei algumas sobras
Mas, essas, não preencheram as lacunas

Andei assim, num dia bonito
Sem rumo e me senti bem
Eu estava sozinha
Eu estava sem ninguém

Dividi meus passos
Ao lado, jogada bem ali
Estava sofrendo de fato
Mesmo assim, eu sorri

Pensamentos, quando soltos
Me mostram que sim
Fui só pelos outros
Cansei de ser por mim.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Norte

Quando os céus caírem
Eu vou querer estar lá
Sem esconderijos ou túneis
Sem flores ou armas

Enquanto durmo
Eu sonho que só
Não posso ser
No universo infinito

Quando eu não for mais eu
Mas for como sou
O sentido do ser
Será simplesmente sólido

Então eu que me perco
Na busca diária
De onde sou

Eu que me perco
Na pergunta arbitrária
De quem sou

Encontrarei no sol
O céu de onde vim.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Esperando Por Respostas

Estranho mundo
Estou presa ao meu profundo
Tentando me entender

Não esqueça esse aperto
No fundo, aqui no peito
Mas estou tentando resolver

Quero saber a que pertenço
Nessas horas o que eu penso
Venha me dizer

Diga-me mundo estranho
Estou tentando me entender
E se eu for mesmo assim?
Quem poderá dizer?

Hoje eu sei do que faço parte
Mas não sei se quero fazer
E sei que quando for tarde
Alguém vai aparecer

Diga-me mundo estranho
Estou tentando me entender

sábado, 28 de maio de 2011

Profunda Noite Estrelada

Assim como o céu é azul
Assim como eu não sei de nada
Assim como a madrugada
Eu vejo estrelas em seus olhos
Toda a noite

Nem sei como consigo
Achar estrelas quando me perco
No escuro de seus olhos e derreto
Como se nós dois pudéssemos
Virar água

São as estrelas dos meus olhos
No céu dos teus olhos
Que me fazem sorrir

É o som da minha vida
No tom da tua voz
Que me faz dormir

domingo, 22 de maio de 2011

Impasse

Eu vou abstrair esse assunto
O quanto eu puder
Porque ele me faz chorar

Escondida no meu mundo
O tempo que eu puder
Eu vou pensar

Quero entender por que
Quando eu fiquei feliz
Você desatou a chorar

Quero entender por que
Por um triz
Eu pensei em tentar

Porque quando eu tentei
Você me feriu

Então eu chorei
Mas você nem viu

Eu vou abstrair esse assunto
O quanto eu puder
Porque ele me faz chorar

Vou me esconder no meu mundo
Mas se não der
Vou superar

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Dever de Escrever

São tantas obrigações nessa vida
Não quero mais uma, não...
Escrever pra mim é um saída
Não uma obrigação

Quando me sinto perdida
Encontro-me nessa ilusão
Quando me sinto querida
Minha alegria vira canção

Quando, em raiva, reclamo!
Grito em palavras pequenas
Quando em paz, declamo
Minhas lições serenas

Não posso por nada desapegar-me
Do céu que encontro na escrita
Mesmo que possa encontrar-me
Numa obrigação escrita e maldita

domingo, 15 de maio de 2011

Além do Espelho

Passei um pé
Depois o outro
Abri os olhos
Eu estava dentro

Sorri um pouco
Lembrei dos sonhos
Senti meu vento

Vi meu lugar
Além do espelho
A grama verde
O céu azul
Um sol em vermelho

Foi um dia cheio
Mas estava onde deveria
Era um ano ruim
Mas em minutos tudo acabaria

A Felicidade
Era minha única companhia ali
Eu não estava sozinha

Não havia verdade
Era meu mundo de mentiras pra fugir
Uma coisa só minha


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Melodia Em Cores

O jovem Adam toca nas caixas de som
Eu não fiz nada no dia de hoje
O amanhã parece realmente muito longe
Isso é tão bom!

Eu sentei ali no sofá e assisti
Os físicos conversando e eu ri
Comi chocolates e então notei
Que nada foi como pensei

O tempo se foi bem pra lá
Além do arco-íris em cores frias
Mesmo assim eu fiquei com as alegrias
Que chegaram no fim da tarde

Elas demoraram um pouquinho
Eu pensei demais e me senti só
Mas foi uma recaída que já recuperei
Quando o jovem Adam cantou
Em minhas caixas de som

Eu sorri então
Quando o jovem Adam
Cantou em minhas caixas de som

Todo aquele por do sol lá fora
Parecia efêmero!
Pois não havia um arco-íris
Em cores quentes
Mesmo assim eu mostrei meus dentes
Às nuvens que voavam em direção
Ao fim do não arco-íris em cores quentes

Foi então que o jovem Adam
Cantou em minhas caixas de som.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Poeta Se Pergunta

Serei menos?
Se escrever poemas
Com versos pequenos?

Serei mais?
Se escrever contos
Com tramas fatais?

Serei o mesmo?
Se cometer
Diferente erros?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fim

Não pertence a mim sua vida
Assim como a ninguém
Sei que já fui sua
E tu já foste meu
Meu bem, foi esse
O meu melhor tempo.

Não acho que haja respostas
Substituições ou lições
A serem tomadas ou aprendidas
É fatídico!
O fim é humano
E o amor, mundano.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ano Bom

As folhas caem e é quando te deixo
O sol queima, me ilumina, e te mereço
Quando neva é doentio e te esqueço
Mas floresce e te quero a qualquer preço

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Convivência

Não sei mais a diferença
O que é somente meu
O que o tempo acrescentou
O que alguém me deu
O que alguém levou

Não sei mais que fim levou
O passado de anteontem
O futuro, se tal restou

Não sei mais codificar
Essas semelhantes aparências
Essas pessoas que carrego
Em expressões de vivencia

Sou mais eles que eles próprios
E não nego, ser eles mais mim
Que eu poderia ser.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Conspiração

Não sei se eu que estou fazendo as coisas certas
Ou se os astros estão conspirando a meu favor
Tudo parece estar em seu lugar

Não sei se sou apenas eu a seguir linhas retas
Uma procura por um sonho ou algum valor
Tudo parece estar em seu lugar

Nem um dia errado pode fazer mudar
A ideia de que tudo está em seu lugar

É forte e marca os dias como fogo
Eu sinto o poder de tudo dando certo, de novo

Dia após dia e mais uma vez
Sinto que nada pode dar errado
Dia após dia e mais uma vez
O universo todo está do meu lado

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Efêmero

Curto demais para ser convincente
Longo demais para ser eficiente

É o tempo que passa
As pessoas e a mudança
Eu e minha esperança
Solidão e superlotação
O mundo e sua rotação

Os novos e os antigos
Se fundem e se confundem

Em nuvem e azul
A mapear o céu de cada dia

É simples nosso cotidiano
Robótico e mundano
Pretensão e cortesia

O tempo se despede
Passado e presente
Calam-se e cumprimentam-se
Num encontro inconsciente

O tempo se despede.

Alheio demais para ser lembrado
Moderno demais para ser passado
Vazio demais para ser guardado

domingo, 24 de abril de 2011

Viagem

Entre milhões de curvas
E o dobro de buracos
Me encontrei nas chuvas
Juntei meus cacos...
...aqueles de quando esqueci de mim.

Entre muitos sonos
E pouco sonhos
Jurei jamais voltar
Sozinha àquele lugar...
...onde julguei ser o fim.

Agora pareço diferente
Meus olhos verdes amadureceram
Minha garganta canta o que esqueceram
Entendi que não é preciso estar presente.

sábado, 23 de abril de 2011

Tédio Social

Tinha que ser feito
Mas ainda não entendi o porque
E qual é o efeito
Desses dias desprovidos de prazer?

Pensar me deixa deprimida
Quando é a única coisa que se tem a fazer

Não acho que a situação está resolvida
Quando me dizem que é cedo e posso correr

Cansei desse lar postiço
Acho insoso
Ninguém me conhece

Voltei ao meu velho sumiço
Palavras no poço
Sorrio, a quem merece.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sobre Uma Breve Prosa

Eu escrevi enfim
Uma breve prosa
Sobre mim

Como se descreve a rosa
Em um jardim
Escrevi uma prosa
Sobre mim

Com palavras desenhei
Meu sono contínuo
De artes e ciências

Com doçura acrescentei
Meu olhar malino
Minha tímida displiscência

Escrevi  uma contida e breve: Prosa
Sobre uma leve e tímida: Rosa
 Que resolveu desabrochar

Uma Prosa Sobre Mim

Às vezes vanglorio-me, às vezes não me agrada ser assim tão eclética. Gosto um pouco de tudo e muito de nada.
Em se tratando de beleza, não sirvo de inspiração para poesia ou canção, com certeza. Entretanto, adoraria compartilhar com Cecília meus versos e com Elis meu canto.
Minha mente está em constante confusão (talvez me pareça com Fernando Pessoa). Dentro e fora de mim falta organização. Além disso tenho a danada preguiça que não permite evidenciar minhas preocupações realistas e a criatividade modernista.
No meu futuro vejo uma incógnita. Com um pé nas ciências e outro nas artes, apenas sei que quero viajar, seja através dos livros, da música, da história ou para onde o mundo me levar – de Moscou a Pequim, de Luanda a Bogotá.
As viagens acredito conduzir-me-ão à busca do meu grande fascínio: o conhecimento. Tanto que queria ter nascido séculos atrás, na era das descobertas e das grandes revoluções. Queria ser uma Iluminista. Porém vivo no agora, sendo assim, por Copérnico e Descartes, só posso sentir-me iluminada.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paixão Desvairada

Não sei segurar minhas mãos ou minha boca
De tão louca que sou
Quando perto de ti

Não dei derramar lágrimas de tristeza
Só sei rir e me jogar sobre a mesa
Quando chegas e me chama

Só quero correr e te abraçar
Nos teus braços me emaranhar
Te ouvir dizer que me ama

Não sei ser mais do que eu mesma
Assim, sem sanidade
Mas morta de vontade
De ser só sua

Sei esquecer toda mentira
Me perder em toda a verdade
Que soa de ti todo dia

Te cobrir com minha doçura
Esquecer de toda amargura
De quando não te tinha

Gritei pela rua
Que sempre quis ser sua
E você disse: Seja minha.

domingo, 10 de abril de 2011

Madrugada

Onde foi parar a poesia?
Nesse século sem harmonia
Onde me tranco em um quarto escuro
E nem assim sei se estou seguro

Para escutar um som alto e presente
Pensar na vida sem rima,
Burlar o incosciente

Não sei contornar meus erros
Mas sei abstrair meus passados
Sei me apegar ao meus zelos
E contornar os vícios errados

Quando o verso solidificar
Será que me trará sadia sanidade?
Ou um tanto de nostálgica saudade?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Resumo

Acredite se tiver coragem
A vida é um tanto triste

Contradição
Uma longa e exaustiva
Viagem
Uma corrida.
Uma perseguição.

Sob sol e sob chuva
Guardada entre muitas pedras
Jogada entre céu e terra
Essa é a doce vida
Essa é a amarga vida
A porta de entrada
A chave da saída.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Incerto

Não podes deixar meus olhos
E roubar meu coração
Por que ninguém ganhará com isso
Tu ainda serás meu amar
Mas não saberás como retribuir
Verás meus olhos a brilhar
E não saberás que é por ti.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Música Dos Nossos Olhos

Quando meus cabelos se fundem aos teus
O meu respirar é o teu respirar.
Não há dor, ou pudor
Não há dúvidas
Ou mágoas.

Quando meus olhos encontram os teus
O meu olhar é o teu olhar
Vento a soprar o mar
Sol que, nossos corpos,
Cansou de queimar.

A felicidade é presente
Em noite fria
Em dia quente
Em nós, a sós

Em música, em poesia
Em verso, em melodia.

domingo, 3 de abril de 2011

Mutualismo

O que se acha no limbo dos sonhos?
No nada dos desejos?
No vazio dos medos?
O que se encontra no calor dos olhos?
No tocar das mãos?
No balançar dos cabelos?
É o que sinto!
Nos abraços seus.
Que queria, fossem meus
Jamais divididos.

sábado, 2 de abril de 2011

Caçadora

Estranho pensar
Que você sabe ser
O que eu sempre quis
Que alguém fosse

E que mesmo assim
Não há como te ter
Fosse como fosse

Não há como achar
Quem não quer ser achado
Nem como amar
Quem não quer ser amado

Não há como curar
O que nunca foi machucado

Estranho pensar
Que você sabe ser
O que eu sempre quis
Que alguém fosse

E que mesmo assim
Não há como te ter
Fosse como fosse

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Queda

Um poema lacônico
Um tiro pro alto
A vida, um salto

Estrago a massa
Entre preto e branco
Que carrego pesada

Minha mente invade
Em bando
Minha alma penada.

Titulado por Lara Maglia

terça-feira, 29 de março de 2011

Menina

Quando cansei de afetividades
Então ela me apareceu
Sua doçura e bondade
No rosto transpareceu.

Quando seu andar se tornou dança
Tornei-me seu mais árduo admirador
Cultivei, então, ingênua esperança
Em ter seu mais puro amor.

Estufei meu peito de coragem
Para dizer-lhe meu fascínio
Era homem em imagem
Mas em espírito menino.

Declarei-lhe meu encanto
Entre risos e rubores
Disse-lhe sobre sua beleza
Origem de meus amores.

Ela docemente riu-se
Seu riso pareceu canto
Engraçado, porém, foi meu espanto
Que se seguiu ao que ela disse.

Sua resposta foi uma surpresa
Ela disse em um soar sincero:
- Não há em mim tal beleza,
Teus olhos é que são belos.

Love Show Me Your Weapons

I remember when you used to sleep with me
Behind the stars, looking for Mars
Because there where we should live

domingo, 27 de março de 2011

Amadasia

Agora, eu amo a palavra
Estou apaixonado por ela
Ela toma todo meu tempo
Não consigo pensar em mais nada.

Cada passo, um verso.
Cada riso, uma rima.
Em cada vida, um poema
Nada mais me fascina.

Zona da Zona

Enojada
Estou enojada
Como essa gente pode
E-xis-tir?!

Como essa gente pode
Apenas coexistir
Com gente como eu
Ou como você
Ou apenas 
Com G E N T E

Não sei!
Não sei!

Talvez para aprender
Talvez para entender
Talvez para viver

Porque esses
Não
Vivem.
Porque esses
Fingem.

Fingem ser gente

Depois
Vão de encontro
Ao inconsciente.

sábado, 26 de março de 2011

Prólogo

Estática
Estou estática.
Mão tremendo,
Levemente.

Assustada
Estou assustada
Com medo de ficar
Perdida.

Sob o sol em luz da madrugada.

E se eu estiver sem direção?
E se eu estiver sem chão?
Ou timidamente medrosa?
Afoita sem verso ou prosa?

Onde estarão as palavras então?
Onde estarão os versos?
Onde estará meu chão?

Vou procurar bem longe
Vou esquecer meu medo
E seguir rumo ao horizonte.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Par a Dois

Eu sei que tu
Não estás aqui
Por mim ou por ti
É só por nós dois

Eu sei que só
Tu nem vives
Eu sei que...
Não, eu sei nada

Eu sei eu
Eu sei tu
E sei ser
Nós.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Esquecida

Escondida demais para tentar
Te encontrar
Desencorajada demais para tentar
Te encorajar
Consumida demais para tentar
Te consumir

DEIXE-ME IR!

Perdida demais para tentar
Te amar
Ocupada demais para tentar
Te ocupar
Insegura demais para tentar
Te querer
Cansada demais para tentar
Te esquecer

Deixe-me! Deixe-me!
Deixe-me ir...

Não precisa ser agora, ou amanhã
Eu deixo-me ficar na tarde da felicidade
Mas deixe-me ir pela manhã da saudade.
Deixe-me ir, no auge dessa paixão.
Deixe-me levar comigo meu coração.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Descanso

Não quero dormir essa noite
Quero deitar na grama e sonhar
Ligar pontos de constelações e cantar

Acreditar nas flores
Como nos amores

Viver os espinhos do cotidiano
Correr, fugir... Oh! Mundo cigano.
Estou enganado, mas sem desengano

O que é inato
É natural
Terra, Céu
Espaço sideral

Essa noite não haverá
Banco de dados
Para serem arrumados
O cérebro descansará

Tão só vou ficar
No sonho de sonhar

Observar a natureza
E percebê-la na totalidade
Na sua perfeita imperfeição
Na sua cruel realidade.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Viver e Abstrair

Guardo minhas memórias
Em um escuro calabouço
Escrevo novas histórias
Num futuro arcabouço

Um dia retornarei ao baú
Das memórias antigas
Migrarei para o sul
Entoarei velhas cantigas

Enfim no precipício
Enviarei ao meu ouvido
Digno eco meu

Voltarei ao então início
Silenciará o zunido
Encontrar-me-ei no breu

quarta-feira, 16 de março de 2011

Idílico

Não sei se é dor
Ou se é ardor
Esse amor.

Assonância
No meu coração
Teu nome
Uma repetição

Dura distância
Inquietação
Solidão
Sofreguidão

Estar longe de ti
Sol do meu dia,
Longe to teu sorrir
- Eterna agonia

Não poder te ver
Lua do meu luar
Razão do meu ser
Ar do meu respirar

terça-feira, 15 de março de 2011

Tempo

Tempo contínuo
Tempo de ensinar
Tempo de viver
Tempo cansar

Tempo de aprender
Tempo de conter-se
Tempo de entoar o hino da glória
Tempo de entreter-se
Com lembranças da memória

É tempo de sonhar
Tempo de um que a mais
Tempo de ser feliz
Tempo até demais
Tempo de se encontrar
Tempo de quero mais.

Tempo finito
Tempo errante
Lento, bonito
Tempo incessante

segunda-feira, 14 de março de 2011

Uma Vez Mais

Tão perdida em mim mesma
Que nem sei se posso equilibrar-me
A madrugada me abençoa, serena
Eu me vejo entre estrelas, pequena

É tão só aqui dentro do meu ser
Tão triste esse meu simples viver

Vou chorar até meu pranto
Fazer poças no ar
Serei pega pela lua severa
Quando a primavera chegar

Espero que o sol me ilumine
Nesse labirinto de nada
Onde me afogo no vazio
No frio da alma inacabada

Tão perdida em mim mesma
Que nem sei se posso equilibrar-me
É grande o oceano de possibilidades
Quero estar lá para ver o sol nascer

Uma vez mais.

sábado, 12 de março de 2011

Destruiçao

Não sei sobre o nada
Eu escutei neve cair hoje
Mas não existe gelo
Em meio as tantas chamas.

Eu escutei noites virando noites hoje
Por que o escuro não deixou se fazer dia.

Eu escutei gritos de pessoas humanas hoje
(E ontem, e antes)

Quero escutar ajuda além de sofrimento

Quero sol derretendo neve
Noite virando dia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Nota da Autora

Olá pessoas,
Sei bem que minha última nota foi a pouco tempo, não foi? Não, não foi, mas enfim... Houve uma drástica mudança de planos. Aquele meu apoio emocional inicial essencial para a criação do blog apareceu novamente em minha vida (que poético! - ironia), sendo assim voltarei as postagens (quase) frequentes e com as Dicas Online - agora revitalizadas. Confiram! É claro que esse ano estarei mais ocupada entretando notei que meus escritos aqui são um refúgio deste mundo que ora repudio, ora amo. Terminarei agradecendo a todos aqueles que leem, passam o olho, clicam nos links, visitam de vez em quando... Obrigada.

Saudações, rimas e canções.

Dois Amantes

Eu não sabia nada sobre eles
Mas quando soube vi
Eram perfeitos um para o outro

Eles poderiam encontrar-se
No meio da madrugada fria
E apenas se perguntarem
Por que a clarabóia do céu
Estava tão vazia?

Assim, eles podiam dar as mãos
E ficarem os dois tão tímidos
Que suavam e olhavam para os lados
Esquanto os expectadores da rua
Viam apenas dois apaixonados

Talvez essa seja uma visão incerta
Ou talvez seja a maneira
Como eles dois deveriam ser
Mas não conseguem

No fim eram apenas dois sonhadores
Eles viajavam em seus sonhos
E viviam inquietos, curiosos
Em saber seus fabulosos destinos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fascínio e Fantasia

Estou sonhando acordada
Aqui deitada
Com meu príncipe encantado

Ele tem cabelos longos
E canta pra mim
Músicas de Chico e Cazuza
Não sei se devo me derreter
Ou apenas sorrir pra ele

Ele escreve e tudo rima
Mas eu que disse
Que ele iria se apaixonar

Eu ainda vou me perder
No escuro de seus olhos
Mas por enquanto
Estou me perdendo
No infinito de suas palavras.