terça-feira, 29 de março de 2011

Menina

Quando cansei de afetividades
Então ela me apareceu
Sua doçura e bondade
No rosto transpareceu.

Quando seu andar se tornou dança
Tornei-me seu mais árduo admirador
Cultivei, então, ingênua esperança
Em ter seu mais puro amor.

Estufei meu peito de coragem
Para dizer-lhe meu fascínio
Era homem em imagem
Mas em espírito menino.

Declarei-lhe meu encanto
Entre risos e rubores
Disse-lhe sobre sua beleza
Origem de meus amores.

Ela docemente riu-se
Seu riso pareceu canto
Engraçado, porém, foi meu espanto
Que se seguiu ao que ela disse.

Sua resposta foi uma surpresa
Ela disse em um soar sincero:
- Não há em mim tal beleza,
Teus olhos é que são belos.

Love Show Me Your Weapons

I remember when you used to sleep with me
Behind the stars, looking for Mars
Because there where we should live

domingo, 27 de março de 2011

Amadasia

Agora, eu amo a palavra
Estou apaixonado por ela
Ela toma todo meu tempo
Não consigo pensar em mais nada.

Cada passo, um verso.
Cada riso, uma rima.
Em cada vida, um poema
Nada mais me fascina.

Zona da Zona

Enojada
Estou enojada
Como essa gente pode
E-xis-tir?!

Como essa gente pode
Apenas coexistir
Com gente como eu
Ou como você
Ou apenas 
Com G E N T E

Não sei!
Não sei!

Talvez para aprender
Talvez para entender
Talvez para viver

Porque esses
Não
Vivem.
Porque esses
Fingem.

Fingem ser gente

Depois
Vão de encontro
Ao inconsciente.

sábado, 26 de março de 2011

Prólogo

Estática
Estou estática.
Mão tremendo,
Levemente.

Assustada
Estou assustada
Com medo de ficar
Perdida.

Sob o sol em luz da madrugada.

E se eu estiver sem direção?
E se eu estiver sem chão?
Ou timidamente medrosa?
Afoita sem verso ou prosa?

Onde estarão as palavras então?
Onde estarão os versos?
Onde estará meu chão?

Vou procurar bem longe
Vou esquecer meu medo
E seguir rumo ao horizonte.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Par a Dois

Eu sei que tu
Não estás aqui
Por mim ou por ti
É só por nós dois

Eu sei que só
Tu nem vives
Eu sei que...
Não, eu sei nada

Eu sei eu
Eu sei tu
E sei ser
Nós.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Esquecida

Escondida demais para tentar
Te encontrar
Desencorajada demais para tentar
Te encorajar
Consumida demais para tentar
Te consumir

DEIXE-ME IR!

Perdida demais para tentar
Te amar
Ocupada demais para tentar
Te ocupar
Insegura demais para tentar
Te querer
Cansada demais para tentar
Te esquecer

Deixe-me! Deixe-me!
Deixe-me ir...

Não precisa ser agora, ou amanhã
Eu deixo-me ficar na tarde da felicidade
Mas deixe-me ir pela manhã da saudade.
Deixe-me ir, no auge dessa paixão.
Deixe-me levar comigo meu coração.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Descanso

Não quero dormir essa noite
Quero deitar na grama e sonhar
Ligar pontos de constelações e cantar

Acreditar nas flores
Como nos amores

Viver os espinhos do cotidiano
Correr, fugir... Oh! Mundo cigano.
Estou enganado, mas sem desengano

O que é inato
É natural
Terra, Céu
Espaço sideral

Essa noite não haverá
Banco de dados
Para serem arrumados
O cérebro descansará

Tão só vou ficar
No sonho de sonhar

Observar a natureza
E percebê-la na totalidade
Na sua perfeita imperfeição
Na sua cruel realidade.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Viver e Abstrair

Guardo minhas memórias
Em um escuro calabouço
Escrevo novas histórias
Num futuro arcabouço

Um dia retornarei ao baú
Das memórias antigas
Migrarei para o sul
Entoarei velhas cantigas

Enfim no precipício
Enviarei ao meu ouvido
Digno eco meu

Voltarei ao então início
Silenciará o zunido
Encontrar-me-ei no breu

quarta-feira, 16 de março de 2011

Idílico

Não sei se é dor
Ou se é ardor
Esse amor.

Assonância
No meu coração
Teu nome
Uma repetição

Dura distância
Inquietação
Solidão
Sofreguidão

Estar longe de ti
Sol do meu dia,
Longe to teu sorrir
- Eterna agonia

Não poder te ver
Lua do meu luar
Razão do meu ser
Ar do meu respirar

terça-feira, 15 de março de 2011

Tempo

Tempo contínuo
Tempo de ensinar
Tempo de viver
Tempo cansar

Tempo de aprender
Tempo de conter-se
Tempo de entoar o hino da glória
Tempo de entreter-se
Com lembranças da memória

É tempo de sonhar
Tempo de um que a mais
Tempo de ser feliz
Tempo até demais
Tempo de se encontrar
Tempo de quero mais.

Tempo finito
Tempo errante
Lento, bonito
Tempo incessante

segunda-feira, 14 de março de 2011

Uma Vez Mais

Tão perdida em mim mesma
Que nem sei se posso equilibrar-me
A madrugada me abençoa, serena
Eu me vejo entre estrelas, pequena

É tão só aqui dentro do meu ser
Tão triste esse meu simples viver

Vou chorar até meu pranto
Fazer poças no ar
Serei pega pela lua severa
Quando a primavera chegar

Espero que o sol me ilumine
Nesse labirinto de nada
Onde me afogo no vazio
No frio da alma inacabada

Tão perdida em mim mesma
Que nem sei se posso equilibrar-me
É grande o oceano de possibilidades
Quero estar lá para ver o sol nascer

Uma vez mais.

sábado, 12 de março de 2011

Destruiçao

Não sei sobre o nada
Eu escutei neve cair hoje
Mas não existe gelo
Em meio as tantas chamas.

Eu escutei noites virando noites hoje
Por que o escuro não deixou se fazer dia.

Eu escutei gritos de pessoas humanas hoje
(E ontem, e antes)

Quero escutar ajuda além de sofrimento

Quero sol derretendo neve
Noite virando dia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Nota da Autora

Olá pessoas,
Sei bem que minha última nota foi a pouco tempo, não foi? Não, não foi, mas enfim... Houve uma drástica mudança de planos. Aquele meu apoio emocional inicial essencial para a criação do blog apareceu novamente em minha vida (que poético! - ironia), sendo assim voltarei as postagens (quase) frequentes e com as Dicas Online - agora revitalizadas. Confiram! É claro que esse ano estarei mais ocupada entretando notei que meus escritos aqui são um refúgio deste mundo que ora repudio, ora amo. Terminarei agradecendo a todos aqueles que leem, passam o olho, clicam nos links, visitam de vez em quando... Obrigada.

Saudações, rimas e canções.

Dois Amantes

Eu não sabia nada sobre eles
Mas quando soube vi
Eram perfeitos um para o outro

Eles poderiam encontrar-se
No meio da madrugada fria
E apenas se perguntarem
Por que a clarabóia do céu
Estava tão vazia?

Assim, eles podiam dar as mãos
E ficarem os dois tão tímidos
Que suavam e olhavam para os lados
Esquanto os expectadores da rua
Viam apenas dois apaixonados

Talvez essa seja uma visão incerta
Ou talvez seja a maneira
Como eles dois deveriam ser
Mas não conseguem

No fim eram apenas dois sonhadores
Eles viajavam em seus sonhos
E viviam inquietos, curiosos
Em saber seus fabulosos destinos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fascínio e Fantasia

Estou sonhando acordada
Aqui deitada
Com meu príncipe encantado

Ele tem cabelos longos
E canta pra mim
Músicas de Chico e Cazuza
Não sei se devo me derreter
Ou apenas sorrir pra ele

Ele escreve e tudo rima
Mas eu que disse
Que ele iria se apaixonar

Eu ainda vou me perder
No escuro de seus olhos
Mas por enquanto
Estou me perdendo
No infinito de suas palavras.

Sobre filosofia, cultura e seus adjacentes.

Estou absorta em Cazuza e Cássia Eller enquanto as rádios tentam me empurrar as novas sensações do pop/rock/sertanejo. Estou encantada com Machado de Assis ao mesmo tempo em que o “New York Times” tenta me fazer ler seus best sellers. Até então eu nem sei quem sou. Sei apenas que, além de desvendar o mundo, quero descobrir algo novo e nem isso me é possível. Pois tudo o que me importa já foi descoberto.
Tento me refugiar no amor, mas não o reconheço em meio a tanta indiferença. Deparo-me então com a plena solidão e não vejo mal nisso. São nessas horas que escrevo, contudo, não sei se isso me é válido. Hoje em dia ninguém mais se perde na palavra. A palavra sim, se perde em nós. Dizem que é a arma dos fracos, dos que tem medo de agir. Mas eu não quero te dar todas as respostas assim, como um presente. Quero que você as descubra. É a velha filosofia de Sócrates. Faça os pensar e eles irão convencer a si próprios. Porque ninguém pode implantar um conceito em sua crença, você é quem escolhe em que acreditar. Eu nada posso fazer quanto a isso.
Porém, Sócrates que disse isso. Ele nem mesmo sabia escrever. Interessante, no entanto, o fato de que isso não o impediu de passar seus conhecimentos adiante. Mais importante que isso, não o impediu de adquirir tais conhecimentos. Como que de presente para nós, contudo, Platão os escreveu.
Ainda assim, Platão não possui nenhum de seus livros na lista dos best sellers do “New York Times”, nem na dos mais vendidos da revista “VEJA”, nem na lista de livros do vestibular, aliás, a amizade para com o saber nem é mais exigida nas universidades. Em tempos de Fordismo e Taylorismo não é preciso pensar. E eu... Eu continuo acreditando que nasci na hora errada, no tempo errado.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Sintético

Chove e a segunda-feira
Torna-se domingo.
O sol não quer se esconder,
Então eu fecho as cortinas
Mas antes observo as colinas
No fim do horizonte.

Sonhei com o passado essa noite
Acordei do lado errado do tempo.
Vivi meu dia especial
Mudei os planos de hoje
Nem parece carnaval.

Ressaltando a corte de pássaros
Lembra um romantismo que não tenho
Tenho é muito a fazer
Tenho muito a dizer
Mas hoje vou me abster.