sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Acordo Treze

Ser exigente
Seja talvez
Um pré-requisito.

Inteligente
Com sensatez
Um pouco esquisito

Mas há de conter
Esse teu gênio
De tanto avaliar

Pois tens de saber
Não há um milênio
Mas, treze, pra procurar.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Traço

Você não quer a mim para fugir?
Perder-se no infortúnio dessa vida sem medidas
Render-se aos caprichos desses moços sem futuros
Embebedar-se com as mulatas nesses becos sem saídas
Juntar-se aos perdidos com o vento e seus ruídos.
Você não quer a mim para viver?
Não quer você a lua pra entender
O sol pra se aquecer
A noite pra espairecer
O dia para aprender
Um lugar para morrer?
Por que não, ter a mim e sobreviver?

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Lady Holiday

I don’t be your holiday
But in these rainy days
I wanna kiss your lips

I just feel your hands on mine
And in these sunny days
I wanna be your lady

I can’t resist
I can’t be out

This felling is like a roller coaster
And you like a ghost
Come here to drive me crazy

Ainda Aqui

Não se pode esquecer
Aquilo que não se pode perder,
Porque esquecer
É perder em pensamentos.
E assim não há como materializar
Aquilo que não se pode pensar.

Pior ainda
É não saber o que se perde
Porque quando perderes e
Sentires falta.
Já será tarde demais
Para tê-lo de volta.

Corte Reto

Raro, exato
Precioso de fato,
Contudo salubre
Acre no cume
Sem sustância
Ou nexo
Cheirando
Azedume.
Perde-se
No convexo
Das políticas
Mais sórdidas.
Metódico
Matemático
Como a própria
Matemática
Há muito
Deixou de ser.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Nota da Autora

Olá leitores,
É véspera da véspera de Natal hoje sabiam? Eu como boa participante de uma família tradicional, vou viajar para a casa dos avós, fazer amigo secreto e degustar uma ceia de Natal. Além disso, eu como garota sortuda que sou tenho avós que moram nos confins da Terra onde a civilização chegou apenas em partes. Sendo assim os escritos criativos serão despejados na rede com menos frequência. Entretanto, deixarei hoje não apenas um, mas três novos poemas que escrevi encostada na parede de um shopping um dia desses. Bom Natal! (Pretendo voltar antes do Ano Novo.) Até semana que vem. Talvez algo seja postado nesse meio tempo. Quem sabe algumas palavras natalinas com musicalidade? Quem pode saber do futuro? Não esqueçam de checar as novas Dicas Online.

Saudações, rimas e canções.

Reflexivo

Insegurança
Será esse o problema das
Insoluções
Prévias conclusões
Tristes canções
Despedaçados corações

Aquilo que se sente
Mas não se quer sentir
Aquilo que atrapalha
Machuca, não ajuda
Será esse o motivo?
Será esse o desnível?

Onde for
O que quer que for
Não parece bom ser.

Perdidamente Sem Rumo

Quando os versos
Começam a cansar
Aquele que os escreveu
Com tanta devoção
Deve-se parar?

Trocar rimas e adjetivos
Fazer parte de um outro estilo
Inaugurar uma nova arte
Explorar outra parte

Engano o que resulta
Não devemos sucumbir
Mas ir além, seguir em frente
Só que, dessa vez,

De um modo
Diferente.

Bagunça

Uma coisa leva a outra
É o tal do ping-pong
Se move, se esconde
Mexe o nariz e sente o frio
Sua e grita: calafrio.

A outra leva a uma coisa
É o tal do esconde-esconde
Pega e bate não tem pressa
Mas vê a luz no fim do túnel
E foge sorrateira da floresta.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fechado Para Reparos

Odeio me sentir assim
Procurando motivos para justificar
As lágrimas que não consigo evitar
Não saber o que acontece
Dentro de o meu próprio ser
Que adoece.

E essas rimas pobres
Revelando as sobras
De lucidez que me restam.

A confusão do meu cérebro
Pobre massa cinzenta...
Não sabe o que faz!
Provocando esse fluxo nervoso,
Que coloca meu corpo em prantos
Enquanto meu eu
Só quer se esquecer
Ou lembrar o por quê
De sentir-se assim.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nota da Autora

Olá leitores, 
Não gosto de fazer essas postagens, mas achei digno diante das novas atribuições atribuídas ao meu blog. Mais páginas.  Sobre a Autora, ou ao menos essa era a intenção, o texto dá página ficou mais parecendo uma introdução as brasas já postadas. Os Contatos tão úteis quando se quer ser contatado, ou seja, não será tão útil aqui, porém interessantes.  Ainda adicionei uma página destinada as minhas Dicas Online que, pretendo, sejam diárias com o intuito de tornar esse monocromático blog meu novo vício.

Saudações, rimas e canções

Suspense

Sons de respirações são ouvidos
Estalos de dedos e o tic tac do relógio
O nervosismo paira no ar
Denso ao ponto de se poder tocar

Um som estridente avisa
Comece a pensar e fique tranqüilo
Essa é só mais uma etapa
Da grande escola da vida

Leia atentamente as questões
Fique atento, também ao tempo
Você pode até olhar para os lados
Tentar enxergar com seus olhos vagos

No fim você percebe
Que pode ler quantas vezes for necessário
Mas nunca achará escrito
Aquilo que também não lhe foi dito

Sim, essa é só mais uma etapa da vida
Mas você não pode fracassar
Respirar fundo mais uma vez
Tentar não rir, talvez chorar.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amigo Oculto

Lembras dos nossos planos
Já passava da meia noite
Eu estava rindo com suas piadas digitadas.

Ainda não sei bem o que houve
Para ser desse jeito
Mas gosto de lembrar
Que um dia já foi diferente.

Gosto de imaginar
Que mesmo ausente
De nossas vidas necessitadas de ti
Pensas no que fomos, somos
E um dia seríamos
Se isso tivesse
Durado o bastante
Para estar no presente.

Mesmo ausente
Eu que te sinto falta
Inconsciente
Morro nessa agonia
Em saber se o bem caminha contigo
Se alguém vê teu sorriso
Ou se, ao menos, você sorri.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Vida Segue

Hoje eu acordei em vermelho e roxo
Queria colar cartazes na parede
Gritar ao mundo rimas de Drummond e Kurt Cobain
Perder todo o juízo
E encontrar algo que ainda não encontrei.

Hoje eu acordei de pés descalços
E assim fiquei
Depois de noites em claro
Sai cantando alto pelas ruas
E quando cheguei na grama deitei.

Hoje eu acordei
Como ontem e antes
Sorri aos montes
Mesmo que tenham sido
Só sonhos mirabolantes.

Ausência

Enxugue minhas lágrimas
Nesses dias de lástimas
Por não te ter.

Perdoe minhas mágoas
Essas águas
São sem querer.

Sei que foi mágico
Mas não queria um fim trágico
E uma ferida a doer.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Esse Tempo Que Nunca Para

Não importa se eu ficar surdo
Se puder sentir isto correr
Pelas minhas veias.
Sofremos tanto em vão
Quero ao menos uma vez
Perceber que valeu a pena.

Cada segundo que vivo desse modo
Cada vez que meu singelo ser consegue sentir isto
É como se todo o resto valesse a pena
Sinto-me livre e feliz de uma forma tão intensa!

Horroriza a mim o fim
Mas toda essa beleza acaba sim
Como um tapa na cara
Esse tempo que nunca para.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ordem

Múltiplas idéias
Metodismo vago
Pouca organização
Rimas dificultadas
Aparente confusão

Sentido difuso
Versos restando
Versos faltando
Mofo por mau uso.

Memória fraca
Num corpo jovem.

Na mente vivida
As palavras fogem.

O caos convida
Perece a ordem
A ordem.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Alheio

Para que a razão?
Se podemos nos liberar
Sorrir sem motivos
Não há lógicas
Nem novidades
Esteve ao nosso lado
Estará até o fim
Sabido quando,
Nem ao menos
Sabíamos
De nós mesmos.
Inegavelmente
Todos, um dia
Diremos
Eu amo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Às vezes...

Às vezes não há nada mais.
Às vezes as coisas se confundem.
Às vezes ausência de importância.
Às vezes não há saída.
Às vezes negação.
Às vezes tempo e pressa.
Às vezes calmaria.
Às vezes, e só as vezes, êxtase.
Às vezes felicidade.
Às vezes vida.
Às vezes morte.
Às vezes renascimento.
Às vezes sol e sem cessar.
Às vezes campos verdes.
Às vezes chuva e nostalgia.
Às vezes tudo.
Às vezes, escrever.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Metalinguística

Não demore muito
Não deixe pra depois
Espere o momento
O faça completo

Não busque a sua inspiração
Esteja pronto quando vier
Faça de seus momentos tristes
Versos alegres
De seus momentos alegres
Palavras tristes

Melhor!
Não tenha momentos.
Os faça apenas
Quando achar oportuno
Quando seguro
Por orgulho puro
Nada mais.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Incesto

O sangue que já foi e ainda é teu,
O mesmo que corre do teu coração para o teu corpo
É o que pulsa e queima de desejo por ti.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Âmago

Não esperava contar nada a ninguém
Reservada, calculista, incapaz de se entregar
Não quero deixar nenhuma lágrima cair aqui
Já nem sei se realmente posso fazer isso
Todas as coisas que precisamos estão tão longe
Não quero deixar nenhuma gota cair de meus olhos
Mesmo que enxerguem bem fundo neles
Mesmo que eu sinta calafrios ao dormir
Não há como admitir que alguém chegou lá
Reservada, calculista, incapaz de se entregar
Não há como admitir que alguém pôde chegar lá...

Rotina

Um dia.
As coisas acontecem
Muito rápido
Simultaneamente
Se perdem num piscar de olhos.

Uma semana.
O mundo gira
Rapidamente
Sem dó.
Talvez, algo de muito importante,
Tenha sido perdido
Um sonho, um medo
Não importa nada além do tempo.

Uma vida.
Parece que perdi bem mais do que tenho.
Nem tudo pode ser recuperado.
Mais uma vez,
Minhas mãos estão atadas.

Humana

Não sei o que aconteceu comigo hoje. Só sei que eu acordei e percebi que não estava no lugar certo. Minha cabeça doeu e algo pesou em meus ombros, em mim. Deve ter sido o ar desse mundo, sufocando-me. Tentei lembrar de meu sonho e quando consegui, tentei lembrar por que tinha acordado. A decepção de minha limitação abocanhou meu ser quando me dei conta do motivo. Porque sou humana. As palavras ecoaram em minha cabeça como uma acusação. Sou uma pessoa e é isso que as pessoas fazem. Dormem, tem bons sonhos e, depois, acordam. Para a realidade que, geralmente, não gostam. Nesse momento eu chorei. Nada eu podia mudar sobre isso. Conformar-me era a saída. Eu queria gritar e dizer não. Mas nada se podia fazer. O fato desgostoso que me intrigava era apenas uma consequência de meu limitado ser.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Titulado Novo

O que era, foi.
O que é, continua.
Tomando todo meu tempo
Inconscientemente.

Comparações com drogas são tão clichês
E tão corretas.

Uma informação assimilada
Talvez seja melhor dizer
Algo de que meus neurônios gostam
Fazendo-me lembrar a todo instante.

O que era, foi.
O que agora é, continua.
Fazendo me sorrir a todo tempo.

Inexorável

Morrendo, de passos… em passos. 
Escuto o barulho da chuva na janela 
Janela esta que já recebeu a luz do sol um dia. 
Eu poderia estar feliz nesse dia!
Mas agora não importa 
Um piscar de olhos e será tarde.

Sombra

Mesmo não estando
Ainda estás lá
Percebo tua sombra
A me espreitar
Sei que em verdade
Não estás presente,
Desimporta corpóreo
Te sinto incosciente.

Entendo o perigo
Da necessidade de estar contigo.
Por que não posso impedir o inevitável
E tornar meu desejo viável.

O Melhor Lugar


Sei qual é o melhor lugar para me iludir
E eu adoro esse lugar.
Odeio o modo como estar lá me faz sentir
Mesmo assim não consigo fugir.

Algo me prende
Eu sei que não é verdade
Uma incrível ilusão
Um instante de felicidade
E o que virá a seguir?
Sofrimento, sanidade

Mas prefiro co-existir na remota fantasia
A persistir na eterna realidade.