A montanha russa de ideias desajeitadas
O parque no meio do nada
O parque das diversões esquecidas
As diversões quietas das almas cansadas
Estava lá: a montanha russa das ideias desajeitadas
Subindo rumo aos altos capitais da mente
Dentro de um carrinho bambo e desconexo
Perdendo a razão de vista, falhando o reflexo
Estavam as pequenas almas a se alvoroçarem
Apreensivas na íngreme subida
Deixavam as ideias assombrosas pelos trilhos
Aquelas pensadas pelo medo, pela morte, pelo mal
Fazendo morada nas mentes esgotadas
No topo, experimentavam o alívio
O alívio da calma de estar no topo e de estar só
E de ser seu o mérito, por ter enfrentado os fantasmas na
subida
Ser seu o privilégio de encarar a descida
A descida suave da liberdade
A descida da montanha das ideias desajeitadas
Carregava os pensamentos de vitória dos que saiam
Os pensamentos de vitória dos que desciam
Juntando-os no loop da vida
Rápido, simples e intenso.
As almas viviam a descida da liberdade
A liberdade do vento a atravessar seus corpos etéreos
O vendo que carrega coisas ruins e também coisas boas
Porque a natureza e não faz distinção
A liberdade das ideias misturadas e do mistério
A mudança das almas no fim dos trilhos
Porque as ideias são pequenas sementes de transformação
As almas ainda eram cansadas, esgotadas
As mesmas um dia estiradas nas estradas, recolhidas das
calçadas...
Deixadas por seus corpos cansados de viver
Eram as mesmas mas eram mudadas
Pelas aparelhagens desgastadas do parque das diversões
esquecidas
A montanha russa das ideias desajeitadas
Que seus corpos nunca souberam entender.