sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fim

Não pertence a mim sua vida
Assim como a ninguém
Sei que já fui sua
E tu já foste meu
Meu bem, foi esse
O meu melhor tempo.

Não acho que haja respostas
Substituições ou lições
A serem tomadas ou aprendidas
É fatídico!
O fim é humano
E o amor, mundano.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ano Bom

As folhas caem e é quando te deixo
O sol queima, me ilumina, e te mereço
Quando neva é doentio e te esqueço
Mas floresce e te quero a qualquer preço

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Convivência

Não sei mais a diferença
O que é somente meu
O que o tempo acrescentou
O que alguém me deu
O que alguém levou

Não sei mais que fim levou
O passado de anteontem
O futuro, se tal restou

Não sei mais codificar
Essas semelhantes aparências
Essas pessoas que carrego
Em expressões de vivencia

Sou mais eles que eles próprios
E não nego, ser eles mais mim
Que eu poderia ser.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Conspiração

Não sei se eu que estou fazendo as coisas certas
Ou se os astros estão conspirando a meu favor
Tudo parece estar em seu lugar

Não sei se sou apenas eu a seguir linhas retas
Uma procura por um sonho ou algum valor
Tudo parece estar em seu lugar

Nem um dia errado pode fazer mudar
A ideia de que tudo está em seu lugar

É forte e marca os dias como fogo
Eu sinto o poder de tudo dando certo, de novo

Dia após dia e mais uma vez
Sinto que nada pode dar errado
Dia após dia e mais uma vez
O universo todo está do meu lado

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Efêmero

Curto demais para ser convincente
Longo demais para ser eficiente

É o tempo que passa
As pessoas e a mudança
Eu e minha esperança
Solidão e superlotação
O mundo e sua rotação

Os novos e os antigos
Se fundem e se confundem

Em nuvem e azul
A mapear o céu de cada dia

É simples nosso cotidiano
Robótico e mundano
Pretensão e cortesia

O tempo se despede
Passado e presente
Calam-se e cumprimentam-se
Num encontro inconsciente

O tempo se despede.

Alheio demais para ser lembrado
Moderno demais para ser passado
Vazio demais para ser guardado

domingo, 24 de abril de 2011

Viagem

Entre milhões de curvas
E o dobro de buracos
Me encontrei nas chuvas
Juntei meus cacos...
...aqueles de quando esqueci de mim.

Entre muitos sonos
E pouco sonhos
Jurei jamais voltar
Sozinha àquele lugar...
...onde julguei ser o fim.

Agora pareço diferente
Meus olhos verdes amadureceram
Minha garganta canta o que esqueceram
Entendi que não é preciso estar presente.

sábado, 23 de abril de 2011

Tédio Social

Tinha que ser feito
Mas ainda não entendi o porque
E qual é o efeito
Desses dias desprovidos de prazer?

Pensar me deixa deprimida
Quando é a única coisa que se tem a fazer

Não acho que a situação está resolvida
Quando me dizem que é cedo e posso correr

Cansei desse lar postiço
Acho insoso
Ninguém me conhece

Voltei ao meu velho sumiço
Palavras no poço
Sorrio, a quem merece.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sobre Uma Breve Prosa

Eu escrevi enfim
Uma breve prosa
Sobre mim

Como se descreve a rosa
Em um jardim
Escrevi uma prosa
Sobre mim

Com palavras desenhei
Meu sono contínuo
De artes e ciências

Com doçura acrescentei
Meu olhar malino
Minha tímida displiscência

Escrevi  uma contida e breve: Prosa
Sobre uma leve e tímida: Rosa
 Que resolveu desabrochar

Uma Prosa Sobre Mim

Às vezes vanglorio-me, às vezes não me agrada ser assim tão eclética. Gosto um pouco de tudo e muito de nada.
Em se tratando de beleza, não sirvo de inspiração para poesia ou canção, com certeza. Entretanto, adoraria compartilhar com Cecília meus versos e com Elis meu canto.
Minha mente está em constante confusão (talvez me pareça com Fernando Pessoa). Dentro e fora de mim falta organização. Além disso tenho a danada preguiça que não permite evidenciar minhas preocupações realistas e a criatividade modernista.
No meu futuro vejo uma incógnita. Com um pé nas ciências e outro nas artes, apenas sei que quero viajar, seja através dos livros, da música, da história ou para onde o mundo me levar – de Moscou a Pequim, de Luanda a Bogotá.
As viagens acredito conduzir-me-ão à busca do meu grande fascínio: o conhecimento. Tanto que queria ter nascido séculos atrás, na era das descobertas e das grandes revoluções. Queria ser uma Iluminista. Porém vivo no agora, sendo assim, por Copérnico e Descartes, só posso sentir-me iluminada.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paixão Desvairada

Não sei segurar minhas mãos ou minha boca
De tão louca que sou
Quando perto de ti

Não dei derramar lágrimas de tristeza
Só sei rir e me jogar sobre a mesa
Quando chegas e me chama

Só quero correr e te abraçar
Nos teus braços me emaranhar
Te ouvir dizer que me ama

Não sei ser mais do que eu mesma
Assim, sem sanidade
Mas morta de vontade
De ser só sua

Sei esquecer toda mentira
Me perder em toda a verdade
Que soa de ti todo dia

Te cobrir com minha doçura
Esquecer de toda amargura
De quando não te tinha

Gritei pela rua
Que sempre quis ser sua
E você disse: Seja minha.

domingo, 10 de abril de 2011

Madrugada

Onde foi parar a poesia?
Nesse século sem harmonia
Onde me tranco em um quarto escuro
E nem assim sei se estou seguro

Para escutar um som alto e presente
Pensar na vida sem rima,
Burlar o incosciente

Não sei contornar meus erros
Mas sei abstrair meus passados
Sei me apegar ao meus zelos
E contornar os vícios errados

Quando o verso solidificar
Será que me trará sadia sanidade?
Ou um tanto de nostálgica saudade?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Resumo

Acredite se tiver coragem
A vida é um tanto triste

Contradição
Uma longa e exaustiva
Viagem
Uma corrida.
Uma perseguição.

Sob sol e sob chuva
Guardada entre muitas pedras
Jogada entre céu e terra
Essa é a doce vida
Essa é a amarga vida
A porta de entrada
A chave da saída.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Incerto

Não podes deixar meus olhos
E roubar meu coração
Por que ninguém ganhará com isso
Tu ainda serás meu amar
Mas não saberás como retribuir
Verás meus olhos a brilhar
E não saberás que é por ti.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Música Dos Nossos Olhos

Quando meus cabelos se fundem aos teus
O meu respirar é o teu respirar.
Não há dor, ou pudor
Não há dúvidas
Ou mágoas.

Quando meus olhos encontram os teus
O meu olhar é o teu olhar
Vento a soprar o mar
Sol que, nossos corpos,
Cansou de queimar.

A felicidade é presente
Em noite fria
Em dia quente
Em nós, a sós

Em música, em poesia
Em verso, em melodia.

domingo, 3 de abril de 2011

Mutualismo

O que se acha no limbo dos sonhos?
No nada dos desejos?
No vazio dos medos?
O que se encontra no calor dos olhos?
No tocar das mãos?
No balançar dos cabelos?
É o que sinto!
Nos abraços seus.
Que queria, fossem meus
Jamais divididos.

sábado, 2 de abril de 2011

Caçadora

Estranho pensar
Que você sabe ser
O que eu sempre quis
Que alguém fosse

E que mesmo assim
Não há como te ter
Fosse como fosse

Não há como achar
Quem não quer ser achado
Nem como amar
Quem não quer ser amado

Não há como curar
O que nunca foi machucado

Estranho pensar
Que você sabe ser
O que eu sempre quis
Que alguém fosse

E que mesmo assim
Não há como te ter
Fosse como fosse

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Queda

Um poema lacônico
Um tiro pro alto
A vida, um salto

Estrago a massa
Entre preto e branco
Que carrego pesada

Minha mente invade
Em bando
Minha alma penada.

Titulado por Lara Maglia