Nos perdemos nos montes de papéis no chão
Nos filmes jamais vistos e nos livros lidos no escuro
Nos fantasmas do passado e nas expectativas do futuro
Perdemos nossos objetivos e nossas metas
No rápido passar de um dia longo
Perdemos nossos amigos e nossos inimigos
Enfrentando os erros por nós cometidos
Perdemos a respiração e os batimentos cardíacos
Absortos em nossos falsos sentidos
Perdemos tudo que um dia tivemos
Procurando por escapes que nunca existiram
Cultivando lembranças que nunca se repetirão
Perdemos cada pequena parte do tudo que somos
Vivendo o tedioso dia-a-dia
Dormimos na esperança de nos acharmos no amanhã
Mas o amanhã sempre se revela
Uma decepcionante repetição do ontem e do hoje
Então continuamos perdidos
Na busca infinita de nós mesmos
Procurando os vestígios de nós que, desatentos
Deixamos passar.