Se o mar me emprestasse uma onda
Fazendo o refresco de um banho
ser eterno
Ou se ele me doasse um pouco do
seu azul
Pra eu me pintar numa noite fria
de inverno
Eu recusaria
Não é meu
Se o céu me emprestasse suas
nuvens
Fazendo a chuva chover a minha
reveria
Morreria de sede se preciso fosse
E mais uma vez, eu recusaria
Se as florestas me dessem, de boa
vontade
Todo o seu verde pra eu florir o
meu jardim
Ou se entre tantas espécies
Escolhessem um pássaro que cantasse só
pra mim
Eu recusaria
Eu recusaria todo azul e todo
verde que não me diz respeito
Pois cabe a mim o cinza das
cidades
E a fúria das tempestades
O preto e branco que me angustia
o peito
Nasci humano
Mas se fujo procurando a paz na
cor
Ainda assim, não quero posses
Troco a posse pela harmonia
O ter natureza, pelo ser natureza
Soberania
Por sutileza
Compreendo que o verde da
floresta
É o mesmo verde dos meus olhos
O castanho do cabelo que balança rebelde na
testa
É o mesmo que pinta nas árvores os galhos
Eu mergulho
E no vai e vem das ondas
Não tenho medo de me afogar
O ar que te balança, mar
É o mesmo que me faz respirar
Somos um só
Amei...
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