sábado, 12 de janeiro de 2013

Vagas Esperas

Eu não esperaria nada melhor
Porque não sou de esperanças
Sou só de esperar.

Aprecio as longas esperas, pelas coisas boas
Com as ruins, não me importo:
Esqueço.

Gosto quando boas esperas duram o suficiente para serem ansiadas
Gosto quando as ruins duram apenas o bastante para serem esperadas
Mas no fim gosto mesmo é de esperar
Talvez seja a melhor parte

É bom quando as coisas acontecem
Mas então passam como um trem bala
Chocam-se com o muro da memória e solidificam
Sem retorno.

Dizem que mudamos as lembranças cada vez que lembramos
Mas que diferença isso faz se elas já aconteceram?
Onde estão essas lembranças afinal?
Nem ao menos sei se são reais agora

As esperas são sempre reais
Mesmo que a imaginação invente hipóteses para o acontecido
A espera é viva

A espera pode ser tocada
É sentida no ar e aclamada nas ruas
A espera tem cores
As memórias são em preto e branco
Em cinza, em sépia, nubladas

Gosto de esperar porque o futuro é incerto, sempre
Já o passado, o passado é o mesmo e nunca é sincero
Pois a mente, ela mente para nós

As coisas mortas são podres e feias
O passado, a memória, as lembranças
Estão enterradas no lado escuro
Dos muitos satélites que orbitam nossas vidas

Eu não esperaria nada melhor
Porque não sou de esperanças
Sou só... de esperar.

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